quinta-feira, 10 de março de 2016

Para Nietzsche ou sobre mulheres e homens pequenos


não que eu faça
tempestade em copo d’água
eu sei
toda a chuva passa
e leva
consigo
o rio corrido
o tempo escorrido
no fio do tempo
que da nuvem desceu
desceu p’ra lavar
a alma
abrir a trava
e por em presença
mais uma vez
o que da sombra
nasceu
ficou como história
contou hora em hora
e venceu
a morosidade dos ciclos
a inveja dos pequenos
a injúria dos falsários
prevaleceu
o poema como crença
como recompensa
de quem pensa
e assim oferece
o corpo
o copo
o pulso
e a escrita vem
como rito
passagem
para além
do bem e do mal.

#moniquefranco, 23 de agosto de 2012

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