quinta-feira, 24 de março de 2016

Dê aos que têm fome ou um poema para Fernand,Michel, Friedrich e Hanna



o que me faz 
parecer um trovão
toda vez que ele ecoa
um raio de luz
guia meu coração

é bom lembrar
quando a política 
causa tristeza
pode ser
que nela resida
a esperança
de que nos pactos
alguns de nós
avancem
movimentem
aticem
uns tantos
muitos
e mudem

a história
é de longa duração
já nos disse o professor
que não é profeta
mas identifica
os fluxos
macros
grandes extensões
epistemes
paradigmas
assim como o outro
mestre
identifica
os micro poderes
podres
vazam
as redes
de interesses
sempre privadas
mesmo que públicas

a troca
entre os homens
a troca
entre os outros
povos
opiniões
costumes ou práticas
não dizem da verdade
única
de cada um
indicam
apenas a existência
de um pequeno homem em nós
nossos furtos diários
fortuitos
nossos desvios
de caráter
voltam nos sonhos
ou no medo
de avião

à revelia da moral
do certo ou do errado
do bem ou do mal
verdades absolutas
têm indicado
apenas
a pobreza de tantos
em detrimento de poucos
poderosos
asquerosos
e por que não dizer
mentirosos

qualquer ruptura
oprime para quem sabe expandir
deprime em silêncio
para depois poder ouvir

o som do trovão
lá do céu
parece dizer
não
não podemos
nos acostumar
com a banalidade do mal

fascismo não

o que me faz 
parecer um trovão
toda vez que ele ecoa
um raio de luz
guia meu coração.


 #moniquefranco, 23/24 de março, noite de raios e trovões e uma manhã de poemas a virar canção. Ninguém me rouba a esperança não.







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