Fotografias: #moniquefranco. Uma rua lindae qualquer, na Basileia, em 2016 e Sítio Quiceis, Brejal, Petrópolis |
escrevo
ateio
fogo nos santos
sou como as bruxas
procuro a ciência do não
não me adapto às convenções
não aceito sermões
por entre êxodos
circulo
parto
sempre parto
sou feita de recomeço
o corpo compõe retalhos
vitalícia nas letras
viciada em palavras
mudo com as estações
as minhas
e as das mulheres
tantas
outras
de mim em mim
ensinaram-nos buracos
um mundo à parte
mera tentativa
pois o parto anuncia
sempre vivas
mulheres
oferecem alimento
leite branco
terno e quente
que regozija em cada um
por entre sonhos
imagino
e construo
nossas casas
suas telhas
paredes pintadas
nossos netos
seus brinquedos
cães, gatos, passarinhos
árvores, flores e ninhos
poemas e canções
noites frias e noites de verão
virão
e encontraram cama e mesa postas
de esperança mundana.
#moniquefranco, 1 de março de 2016, ao acordar após ver o Documentário do Chico e voltar a respirar nosso documentário Roses. Um poema com e para Ademir Candido.
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