Exagero ou sobre um certo caderninho de rascunhos
eu que nunca escrevo à caneta
nunca durmo no escuro
não como presunto
não falo de boca cheia
logo eu
fui escutar
as vozes
dos anjos
vi
as flores
dos campos
e os clarões do luar
e me pus a bailar
poeta me fiz
e me fiz olhar
logo eu que tanto falava
me pus a calar
mudei os móveis da sala de lugar
cortei curto o cabelo
mas aí já é exagero
é mudança demais
para um certo incerto
caderninho novo de rascunho
propagar
mas o importante será
se
um, dois, cem poemas
com ele riscar.
#moniquefranco, de
caderninho de rascunho
Nenhum comentário:
Postar um comentário